29 de jan. de 2013

As Origens da Informática

Um bom profissional da área de informática não deve apenas saber executar friamente sua tarefa, ou seja, não basta ser um expert em sua função. Mas ele também necessita, pelo menos, ter uma visão de conjunto das coisas e do mundo, uma visão geral de tudo. Tem que saber contextualizar fatos. Saber e entender pelo menos como surgiu a ciência informática e que rumos ela está tomando atualmente. Por isso, um pouco de história não faz mal.

A informática tem sua origem no automatismo. A construção de máquinas autônomas, cuja finalidade é executar tarefas de forma automática, foi preocupação inicial dos cientistas e esta máquina teria que ter a semelhança do cérebro humano para que esta pudesse ter certa autonomia. A automação faz com que tarefas sejam executadas em maior velocidade e menos tempo e oferecendo maior segurança.

Inicialmente a construção de máquinas que executavam tarefas de maneiraautomática com formas humanas e de animais (robôs), construção de relógios, máquinas industriais que controlavam suas tarefas por si mesmas é um testemunho de que o homem as construiu com o propósito de dominar o tempo e o movimento.

Com a junção da automação e da técnica faz nascer a Inteligência Artificial (A.I.).Todavia o primeiro protótipo de automatismo que se tem noticia não tem nada a ver com máquinas modernas e sofisticadas, mas sim com algo bastante modesto: as armadilhas. Que tem relação com o movimento da vida, da morte e do tempo, segundo Philippe Breton1 – a História da Informática. Porque, segundo ele, a armadilha é um automatismo? Porque ela dispensa a presença do caçador e ao mesmo tempo, por is só, ela é funcional quando captura o animal.

 Observe que a concepção de domínio da morte do animal resulta nesteautomatismo, cuja morte vem de seu próprio movimento da caça. Movimento este não realizado pelo caçador. O conhecimento dele faz com que ele realize sua tarefa em segurança e sem desperdício de tempo, uma vez que ele teria que ir até a caça, correr um risco maior, e esperar o momento certo de matá-lo. Tempo este que poderia ser empregado em outra atividade e ainda sem ter a certeza de sucesso. O automatismo da armadilha o faz evitar tudo isto.

Portanto o conhecimento é fator determinante para o aquisição de técnicas que procuram domínio do tempo e da vida, ou seja, da natureza. O homem sempre procurou colocar a natureza a seu favor. Com o advento do automatismo este desejo, de submeter a natureza ao seu domínio, é pré-requisito,fazendo-o seu auxiliar e, tornando-o operacional e eficiente. Para isto é preciso criar e dominar a técnica da automação.
"AS DUAS HISTÓRIAS DO AUTOMATISMO: O DOMÍNIO DO TEMPO E CONTROLE DO MOVIMENTO

A história das técnicas do automatismo remonta à antiguidade greco-latina. Ela irá tomar, nos séculos seguintes, dois caminhos estritamente complementares; um deles ruma em direção ao domínio do tempo, o outro em direção ao domínio da aparência e do movimento. A passagem de um para o outro dar-se-á de modo imperceptível no século XIII quando a tecnologia dos relógios mecânicos irá produzir os primeiros autômatos representando figuras de animais e humanas. A essas duas grandes utilizações dos automatismos correspondem dois princípios de funcionamentos: o princípio da regulação (regulação de um fluxo, como no caso dos relógios hidráulicos, ou de uma tensão no caso dos relógios a mola) e o da programação (execução de um programa, ou seja, de uma seqüência finita de fatos que o dispositivo reproduz, como nos autômatos de aparência humana ou nos teares automáticos). (Philippe Breton1 – a História da Informática, UNESP)"

Com esta breve introdução, que com certeza terá continuidade, esperamos situar àqueles profissionais da área de tecnologia, em especial meus alunos, para que tenham uma visão mais crítica e mais elaborada das coisas. Pois informática na é só manipular computadores. Não esqueçamos que esta área é constituída de três segmentos fundamentais: software (programas), hardware (equipamento) epeopleware (pessoas usuárias da informática).

1- PHILIPPE BRETON, nascido em 1951, é engenheiro junto ao Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), pesquisador do Grupo de Estudos e de Pesquisas sobre História da Ciência, da Universidade Louis Pasteur e professor de História da Informática, da Universidade de Strasbourg-II. É também consultor do Departamento de Comunicações da Universidade de Quebec, Canadá.

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